segunda-feira, 30 de novembro de 2009

reciclagem londrina

- Em Londrina, diariamente são coletadas cerca de 440 toneladas de lixo, sendo que 20% desse material é, imediatamente, destinado para a reciclagem, o que representa cerca de 90 toneladas de lixo reciclável coletadas todos os dias no município. Tal situação só foi possível com a implantação do programa de coleta seletiva "Reciclando Vidas", implantado pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina em 2001, com parceria de organizações não governamentais de profissionais de reciclagem.

Além dos benefícios trazidos pela reciclagem do material, o programa ainda possibilitou a organização e capacitação dos catadores de lixo de Londrina e dos processos de venda dos materiais. Atualmente cerca de 500 famílias são beneficiadas, direta ou indiretamente, pelos trabalhos do programa, que já reciclou cerca de 60 mil toneladas de materiais desde a sua criação. De acordo com o coordenador do Programa de Coleta Seletiva da CMTU, José Paulo da Silva, em 2000 a coleta de material reciclado na cidade restringia-se a apenas quatro toneladas/dia, valor aumentado para cerca de 90 toneladas/dia atualmente.

Em 2002, com o desenvolvimento do projeto "Reciclando Vidas", foi criada a Central de Pesagem e Reciclagem (Cepeve), com o objetivo de buscar recursos para os grupos empreendedores que hoje trabalham juntos para oferecer pré-tratamento do lixo reciclável de melhor qualidade, aumentando o valor agregado das vendas. A Cepeve funciona na Chácara São Miguel, antiga Central de Moagem de Entulhos (região sul). A quantidade de lixo reciclado nestes três anos de projeto e dois de Cepeve é equivalente a 136 dias da coleta total de lixo em Londrina. Silva explicou que o projeto conta com a parceria de 26 entidades, que trabalham em sedes de prensagem próprias ou utilizam-se da infra-estrutura da Cepeve. "Temos hoje 26 centrais de triagem. Quatro das organizações parceiras possuem prensa própria, que foi cedida pela CMTU, as outras se revezam para utilizar as máquinas de prensagem, trituradores e moedores da central", disse o coordenador. Iniciando os trabalhos com apenas três máquinas de prensagem, a Cepeve conta hoje com mais cinco prensas, três moedores de vidro, dois trituradores de plástico, uma balança eletrônica e 50 carrinhos para a coleta, além de um automóvel, utilizado pela parte administrativa da Cepeve.

A aquisição das máquinas, segundo Silva, possibilitou aumento de cerca de 40% no lucro das ONGs atendidas, graças à capacidade apresentada pelos equipamentos para enfardar metais, plásticos e papéis em maior quantidade, ocupando menos espaço para serem transportados. Com a prensagem, um caminhão que transporta a carga para uma fábrica consegue levar até 12 toneladas de material prensado, contra três toneladas de papel solto. Para o transporte dos materiais são utilizados cinco caminhões, quatro para coleta dos materiais e um para rejeito. A coleta ocorre no período do dia e também da noite. Após tratados e prensados, os materiais são vendidos para empresa de reciclagem. De acordo com o coordenador, atualmente os materiais são vendidos para 30 compradores, que transformam garrafas PET, vidros e latinhas em novos materiais. "As latinhas de alumínio são utilizadas na fabricação de novas latinhas, mas os materiais servem para várias outras coisas. As garrafas PET são utilizadas para a fabricação de fios de poliéster, usados na fabricação de roupas; os plásticos mais duros viram abas de bonés, embalagens e assessórios para móveis."

No total, trabalham no projeto 512 pessoas, que chegam a gerar renda de até R$ 380,00 mensais. Além de coordenar as atividades desenvolvidas dentro do local onde está instalada, a Cepeve ainda oferece cursos de capacitação, que envolvem temas como abordagem na rua, alfabetização e educação ambiental. O resultado da criação da Cepeve e da quantidade de lixo coletado diariamente, garantiu que Londrina entrasse para o ranking sul-americano em seleção de lixo na fonte geradora (dados do site da Fundação Getúlio Vargas).

terça-feira, 17 de novembro de 2009


Reciclagem faz vidro laminado virar isolante e verniz para piso de madeira

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Os vidros laminados rejeitados pela indústria de reciclagem poderão ter um outro destino que não seja o aterro sanitário. A partir da separação das camadas de vidro e de filme de PVB (polivinil butiral, um tipo de polímero) que compõem o vidro laminado, a engenheira Isabella Marini Vargas conseguiu aplicá-los como matérias-primas na produção de verniz e de isolante para pisos de madeira.
"Os resultados foram muito satisfatórios. Ao usarmos o polímero na composição do isolante, obtivemos um produto que proporcionou alta flexibilidade e aderência à madeira. Já o uso do vidro barateou o custo de fabricação do verniz", conta Isabella. "O verniz que desenvolvemos também mostrou a característica de ser mais transparente. Isso pode ser vantajoso para aquele cliente que prefere deixar os detalhes da madeira mais visíveis no piso", observa.
Reciclagem de vidro
Uma indústria que faz a separação das duas matérias-primas forneceu para Isabella o vidro e o filme de PVB já separados e triturados. "Esse vidro é rejeitado pela indústria vidreira pela sua baixa granulometria e tem como destino final os aterros sanitários", comenta. "O PVB levaria 500 anos para que fosse assimilado pela natureza e o vidro é praticamente indestrutível", destaca.
A pesquisadora obteve o isolante após diluir em álcool o filme de PVB e misturá-lo a outros materiais. Esta solução de PVB em álcool substituiu algumas resinas no processo de fabricação deste isolante. O vidro, por sua vez, entrou no lugar do óxido de alumínio - substância importada e bastante cara - na composição do verniz.
Resistência à abrasão
Os isolantes são aplicados na madeira virgem (primeira camada) com o intuito de melhorar a flexibilidade das próximas demãos de verniz que serão aplicadas sobre ela. Devem ter como característica uma alta aderência ao material. O piso de madeira também recebe várias camadas de verniz, que, além do brilho, são responsáveis pela resistência à abrasão.
Isabella trabalhou com placas de jatobá fornecidas por fabricantes de piso de madeira. Os testes-piloto foram realizados em laboratórios da Escola Politécnica da USP, na Renner Sayerlack S.A., indústria de tintas e vernizes para madeira situada em Cajamar, Grande São Paulo, e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas. De acordo com a pesquisadora, a indústria já se interessou pelo isolante e pelo verniz e pretende realizar testes aprofundados com os produtos.
Vidro laminado
O vidro laminado é usado pela indústria automobilística na confecção de pára-brisas. Eles também são empregados na construção civil em portas e divisórias de vidro e em janelas que não contêm esquadrias, por fator de segurança. "Apenas no Brasil são descartados cerca de 120 mil pára-brisas por mês. Cada um deles pesa 15 quilos (Kg), sendo 14 kg de vidro e 1 kg de PVB. São cerca de 21,6 mil toneladas de vidro laminado ao ano. Apenas parte disso será reciclado, o restante será encaminhado para aterros sanitários", afirma.
Isabella conta que buscou referências sobre o uso do vidro na composição de vernizes em várias publicações, nacionais e internacionais, e também nas indústrias de tintas, mas não encontrou nenhum tipo de trabalho semelhante. A pesquisadora já havia trabalhado com o polímero durante o mestrado, porém eram rebarbas de PVB sem resíduo de pó de vidro. "Agora, no doutorado, usamos o polímero totalmente limpo."
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